quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Quanto Vale Ou É Por Quilo



Quanto vale a arrogância, o individualismo das autoridades brasileiras? Ou é por quilo a humildade, a honestidade ou a sinceridade.
A obra cinematográfica Quanto Vale Ou É Por Quilo? Descreve duas fases da história do Brasil, de exploração, miséria, e de putrefação dos princípios éticos no qual a sociedade continua a passar.

Primeiro, no regime escravagista no período da colônia, revela a situação degradante da exploração em que eram submetidos os escravos e escravas, forçados a trabalhar compulsoriamente, bem como sua comercialização.

A segunda fase, o trabalhador passa a ser assalariado e, por conseguinte a exploração consiste no mais valia, conceito desenvolvido pelo teórico alemão Karl Marx, que é “a diferença entre o valor produzido pelos trabalhadores que não especifica no salário que recebem. É uma forma disfarçada de transferência de um excedente para a classe dominante ou para o burguês (dono) dos meios de produção”.

O filme mostra que a solidariedade do terceiro setor sem, contudo generalizar é uma forma mascarada para se lavar dinheiro público para a corrupção na forma de superfaturamento. A cena no qual a agência de comunicação implanta inclusão digital na periferia de uma comunidade desprovida de qualquer atuação do estado. Sendo que os computadores além de não serem novos eram incompatíveis com o uso pelos moradores.

A questão da ética fica sem sentido nesta obra, logo não é vista. Na primeira cena vem à tona o abuso da autoridade, em que é ignorado o direito da senhora negra dona do escravo que tem sua propriedade subtraída pelo delegado. E que nos dias de hoje não é muito diferente.

Outra cena é o contrato que a escrava e a senhora branca fazem para que a serva consiga sua alforria, tendo que arcar com juros acima do combinado. Atualmente os bancos cobram taxas de juros altas, para empréstimo ou financiamento, o brasileiro do século XXI, paga duas vezes ao banco o valor do produto por ele parcelado.

O jeito de tirar vantagem em tudo, conhecido como jeitinho brasileiro, é um mal enraizado em nossa cultura, que ainda é pouco combatido pelas as sérias instituições democráticas do país. Nossas lideranças políticas estão ganhando o noticiário pela incompetência, pelo mau trato com a coisa pública, por falhas nas políticas públicas etc. Por isso, com tamanha incapacidade de promover igualdade social, nos faz pensar que a constituição serve para garantir direitos da classe dominante, gerando assim, cidadãos de segunda categoria.

Solucionar esse problema é com exemplos, e prática nas simples tarefas do cotidiano. Cobrando das autoridades o compromisso firmado na época de eleição e não deixando cair no esquecimento, os projetos de campanha para a cidade.

No que diz respeito à linguagem é clara e objetiva em comparar duas fases históricas. É informal no tocante das pessoas marginalizadas pelo governo, morando de forma subumana nas periferias carentes desprovidas de hospitais, escolas e delegacias. E formal, quando mostra o mundo da empresa de comunicação persuadindo os clientes para mudar o modo de se fazer propaganda de solidariedade, utilizando o Marketing de forma pejorativa.

Vem-nos sempre a indagação: O que posso fazer enquanto cidadão? Como posso ser útil nesse processo? Ficar esperando a solução de terceiros é deixar passar o tempo de mãos cruzadas. A sociedade muda com a transformação do indivíduo e não a partir da coletividade. Cidadãos conscientes trabalham para educar o analfabeto, promover discussões úteis a sociedade, tirar da marginalidade jovens de rua etc. Temos exemplos, como Herbet José de Souza, mais conhecido por Betinho criador do Natal sem fome.

O trabalho de formiga faz a diferença em uma sociedade, assim, como o exemplo supracitado, temos também do indiano Mahatma Gandhi, tornou um estado livre, sem usar o meio mais comum, a violência, o terror etc., mostrou que princípio da não-agressão é uma opção viável. Sendo assim, o eleitor deve usar seu voto como arma contra o político mal intencionado ou que não cumpriram com o prometido.

Enquanto alienados batemos palmas, concordando com eventos de procedência polêmica que lutam em prol do ativismo social. Outro caso é que estamos conscientemente participando desses atos de injustiça social. Assim, o indivíduo é responsável em querer manter o estado letárgico ou romper o paradigma se emancipando a fim de trabalhar para uma sociedade mais participante atuando na vanguarda das políticas sociais do estado.

Quanto vale ou é por quilo é uma obra que traz o co-enunciador a refletir sobre as disparidades sociais que tanto afligem a nação. Conforme os altos índices de homicídios no Brasil, que são iguais à de um país em guerra, como o Iraque e se nada for feito estamos à beira de uma convulsão social e iminência do caos, pois para qualquer especialista em segurança pública, esses números são absurdos e é isso que a elite do país faz diante o governo “fecha os olhos”.

A obra é uma excelente ferramenta para auxiliar as lideranças comunitárias, estudantes universitários, e para todos que se interessam por política, sociologia e história do Brasil. Tem como intenção fazer o telespectador refletir acerca da sociedade contemporânea sobre o modo como são conduzidas a falsa idéia do bem comum.

Antigamente a escravidão era mantida pelos aparelhos repressivos do estado, como: polícias, exércitos, tribunais etc., por sua vez, a exploração moderna dos trabalhadores é feita por aparelhos ideológicos, por exemplo: família, escola, meios de comunicação etc. Portanto, é de extrema importância a participação das empresas com a responsabilidade social para amenizar a violência e a estrutura insalubre ofertada pelo estado.

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